Acesso ao Blog - 25/10/2009

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quinta-feira, abril 16, 2009

Sacerdócio: um serviço de amor!

Sacerdócio: um serviço de amor!

abril 15th, 2009

A Eucaristia é o Sacramento do Amor e o sacerdócio é uma missão de amor. O papa Bento XVI recorda Santo Agostinho para dizer que “o sacerdócio é um serviço de amor (amoris officium)” (1). O amor, definitivamente, é o segredo de um projeto vocacional, de uma decisão de dar a Deus toda a vida, todos os sonhos e planos. Só o “louco amor” de Deus pelo homem explica a sua doação, a entrega do próprio Filho para morrer pelo resgate de todos os homens.

É esse mesmo amor que, gratuitamente, escolhe dentre os homens chamados primeiramente à vocação universal, à santidade, alguns para o sacerdócio. Só o amor é a força máxima que nos faz doar toda a vida na exclusividade do seguimento ao Senhor. Só o amor pode gerar um coração configurado ao de Cristo-Sacerdote que ama ao extremo e não mede esforços para se doar aos homens.

Quando nos referimos ao sacerdócio ministerial, muitos se intimidam de expor seus anseios, buscas, dúvidas e por isso temem perguntar a si mesmos se não são chamados a essa vocação, ser um padre para Cristo, para a Igreja e para a humanidade. Mas não basta perguntar somente a si - o que se deve fazer em oração - mas, é preciso buscar ajuda com um Sacerdote ou alguém habilitado a nos dar uma segura orientação depois de nos ouvir. Realmente é necessário se compreender que o sacerdócio é uma doação total e que, para a concretização da vocação, se requerem passos necessários, etapas de discernimento e amadurecimento. Infelizmente muitos jovens não buscam essa ajuda e até são desestimulados por pessoas próximas, nos ambientes em que convivem e até pelos familiares. Por isso, alguns desistem de trilhar um caminho de discernimento e auxílio ou logo dizem que esta vocação não é para eles.

O chamado ao sacerdócio é uma entrega exclusiva a Deus que primeiramente requer a adesão a Cristo, à fé Católica, no exercício da contínua renovação da vida cristã através da vida sacramental, o amor à Igreja, a coerência com os valores morais e fundamentais, o cultivo da oração e da leitura da Palavra de Deus. Recordamos as palavras marcantes de João Paulo II quando fala sobre o discernimento vocacional: “A confissão e a direção espiritual ajudam os jovens no discernimento da sua vocação” (2). É importante lembrar que toda vocação exige de nós muito desprendimento, capacidade para amar e muita renúncia. Não precisamos temer o chamado de Deus! Caro jovem, tu deves fazer a tua parte, dando o primeiro passo e Deus proverá. Não tema as renúncias necessárias e vitais, especialmente no que diz respeito à beleza do Sacramento do Matrimônio. Por outro lado, a vivência do celibato consagrado não é um fardo, mas um dom de Deus, o qual nos realiza plenamente. Ao Senhor consagrarás toda a sexualidade humana na alegria do serviço. Tudo em ti será colocado à disposição do plano de Deus na potência da doação e da missão de conduzir o homem para Deus, de ser canal para que o homem seja alimentado do Pão Vivo que desceu do céu e seja reconciliado com Deus, consigo e com os outros.

O celibato sacerdotal não é um mal à pessoa do sacerdote e nem à sua integridade moral, afetiva e psíquica. Vai além de uma realidade humana. “Se o celibato é vivido - como diz o papa Bento XVI - com maturidade, alegria e dedicação, é uma benção enorme para a Igreja, para o sacerdote e para a sociedade” (3). Não obstante os seus desafios, como também existem nos outros estados de vida, concluímos que o celibato é fonte de intensa e profunda felicidade.

O sacerdócio está intrinsecamente ligado ao mistério eucarístico pela sua natureza da oferta de um sacrifício vivo e pela intervenção e iniciativa divina. Não é a Eucaristia uma realidade vazia, mas é ela uma Pessoa viva que se faz presente entre nós, pobres seres mortais. O sacerdote é um homem profundamente invadido pela graça de Deus e constituído em favor dos homens. Ele não pode atribuir a si mesmo o dom de ser um sacerdote. Ele não pode por força própria conquistar esta graça. Ela é dom da bondade de Deus (cf. Hb 5,1-4). “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu quem vos escolhi” (Jo 15, 16). O sacerdote é um homem “separado” por Deus um serviço de amor aos homens. Diz o papa Bento XVI: “Sair dos contextos da vida do mundo e “ser posto à parte” para Deus. Mas por isto mesmo não é uma segregação; antes, ser entregue a Deus significa ser posto a representar os outros. O sacerdote é subtraído às ligações mundanas e dado a Deus, e precisamente assim, a partir de Deus, está disponível para os outros, para todos.” (4).

É bem verdade que muitos sacerdotes da Igreja do nosso tempo são jovens como você que hoje buscam encontrar a vontade de Deus, o projeto maravilhoso de salvação para o qual Deus, na sua providência divina, reservou para cada um. É importante lembrar que é o Senhor quem nos escolhe primeiro porque nos amou primeiro. É importante lembrar que Deus conduz a história de nossas vidas e é Ele o primeiro interessado para que descubramos a sua feliz e santa vontade para nossas vidas. Não precisamos temer as propostas de Deus, pois elas são aquilo que já trazemos dentro de nós e que nos foi dado no Batismo. Santa Teresinha diz: “O que Deus nos pede já nos concedeu quando nos criou”. É bem verdade que os altos e exigentes ideais atraem os jovens. A vocação ao sacerdócio não é fruto da sabedoria humana, mas é iniciativa divina.

O Senhor deseja receber a oferta da viúva e ouvir a oração sincera do servo do centurião, como assim rezamos na Sagrada Liturgia de cada Missa: “Senhor, não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo!” Importa ouvir e desejar corresponder à voz de Deus que diz: “Vinde em meu seguimento, e farei de vós pescadores de homens” (Mc 1, 17). A verdade é que Deus capacita os que escolhe, porque somente Ele pode propor tão altíssima vocação, que é o sacerdócio. Nossa missão é nos deixarmos conquistar por Deus e sermos pobres instrumentos para agirmos na “Pessoa de Cristo” e ministrar a graça dos sacramentos, especialmente o perdão dos pecados e celebrar o milagre diário da Eucaristia. Recordamos com alegria as profundas palavras do Rito da Ordenação de Presbíteros que o Bispo diz ao candidato na hora da ordenação: “A graça imensa e infinita do sacramento te transformará interiormente, para que tua vida, unida sempre à de Cristo, se torne um canto de louvor a Deus, mistério de amor que Deus nos mostrou no seu Filho Jesus até a páscoa: morte e ressurreição. Esse mistério é suficientemente grande para preencher, de modo superabundante, cada dia de tua vida, cada momento do teu ministério” (5).

Deus quer dar à sua Igreja sacerdotes que o amem com todas as suas forças, amem a Igreja e o coração do homem de hoje. Que os escolhidos sejam, muito mais que sacerdotes intelectuais, que tem o seu valor e sua necessidade fundamental, padres santos. Portanto, não tenhamos medo! Deus dá a graça aos que ele escolhe! Queira Deus que o teu coração desperte para tamanha graça! Queira Deus que a tua vida se enamore desse mistério, que os teus olhos vejam, que as tuas mãos toquem e a tua fé te transporte para essa doação de vida.

Só nos resta rezar uma prece de confiança: Mandai Senhor, sacerdotes santos para o serviço de amor ao teu povo, à Igreja, a cada homem. Mandai sacerdotes santos para tão grandes mistérios de amor, a reconciliação e a eucaristia! Mandai operários para a vossa vinha! Mandai, Senhor, sacerdotes felizes e alegres, não obstante o cansaço e as suas limitações, para que sejam reflexos da doação de Cristo e assim atraiam com o testemunho de suas vidas, novas vocações. Derramai a tua graça para que muitos jovens tenham a feliz coragem de investirem suas vidas para a vocação ao sacerdócio, se assim for este o Teu desígnio para eles. É belo este chamado e vale a pena investir a vida para o seguimento a Cristo através da vocação ao sacerdócio, um verdadeiro serviço de amor. Mãezinha, Santíssima Virgem Maria, Mãe de todos os sacerdotes, interceda para que o Teu Filho e Senhor, seja em nós, Eucaristia viva, amém!

Notas:
1 - Bento XVI. Sacramento Caritatis, 23, p.38 - Edições Paulinas, 3ª edição, 2007.
2 - João Paulo II. Levantai-vos! Vamos! Editora Planeta, p. 107.
3 - Cf. Bento XVI. Sacramento Caritatis, 24, p. 39 - Edições Paulinas, 3ª edição, 2007.
4 - Homilia de Bento XVI na Missa Crismal, Vaticano, Páscoa de 2009.
5 - Cf. Rito da Ordenação Presbiteral.

Antonio Marcos
Consagrado na Comunidade de Vida Shalom

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