Acesso ao Blog - 25/10/2009

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segunda-feira, março 23, 2009

Conhecia o homem por dentro



Conhecia o homem por dentro
Liturgia
Quando o Evangelho proclamado e meditado no 3º Domingo da Quaresma (Jo 2,13-25) ressoou no coração, foi uma experiência muito forte em que nos coube uma salutar reflexão sobre o mistério da identidade mais profunda do homem. O zelo que tem Jesus pela Casa do Pai também diz respeito ao templo interior, que é o coração do homem, espaço de intimidade, morada de Deus e lugar da graça, das virtudes, da força para praticar sempre o bem. Coração, lugar do amor. Nesse sentido é compreensível a indignação que sente Jesus quando o “Templo de Deus” é profanado, transformado em comércio e corrupções. Deus é misericórdia e é justiça. Sua Salvação pede sempre de nós a acolhida livre do coração e as disposições para viver a fé.
No final do texto algo muito importante também nos chama a atenção e nos remete para uma reflexão atualíssima no que diz respeito ao conhecimento sobre o homem nos tempos modernos. Diz a narração: “Jesus estava em Jerusalém durante a festa da Páscoa. Vendo os sinais que realizava, muitos creram no seu nome. Mas Jesus não lhes dava crédito, pois conhecia a todos; e não precisava do testemunho de ninguém acerca do ser humano, porque ele conhecia o homem por dentro” (Jo 2, 23-25). É claro que isso não quer dizer que Jesus fosse contrário ao saber humano sobre a compreensão da pessoa, mas não compactuava com quem usava esse conhecimento para manipular os outros e para banalizar os valores no que dizem respeito à Vida, à religião, às relações e ao Sagrado.
Quando avaliamos a atuação das “Ciências da Vida”, ou as Ciências Humanas e Sociais, sempre amparadas pela “Técnica Moderna”, não podemos negar que constituem assim grandes dons que a humanidade já conheceu. O que seria de nós sem as maravilhosas descobertas científicas, tais como a invenção dos óculos, as vacinas, as cirurgias, os remédios, os antibióticos, os exames mais diversos, de forma especial o pré-natal, os transplantes de órgãos, a doação de sangue, o acompanhamento psicológico e psiquiátrico, etc. É indiscutível o benefício e a colaboração das Ciências para toda a humanidade e, principalmente, para a melhoria das condições de vida dos que estão marcados pela enfermidade.
No entanto, também a Ciência precisa considerar seus princípios e valores, missão e objetivos, marcados por um limite ético nas suas ações. Isso se faz necessário porque “o homem jamais veio a se tornar uma paixão inútil”, como afirmou o filósofo Sartre. Acima de tudo, o objeto da missão da Ciência é a promoção da Dignidade humana em toda e qualquer circunstância. Toda pessoa quer ser feliz, mas essa felicidade não pode ser alcançada arbitrariamente. Há sempre que levar em consideração o âmago de cada pessoa, a inviolabilidade e sacralidade da sua vida. Cada pessoa tem o supremo dom da liberdade que deve fazer o bem, como deve ser objeto do bem dos outros. Junto à sua consciência, essa liberdade deve ser iluminada pela reta razão. Não uma razão doentia, que se auto-proclama “assassina de Deus”. “Se Deus morre”, também morre o homem. “Quem exclui Deus de seu horizonte falsifica o conceito de realidade” (Bento XVI, Aparecida, DI).
A vida humana nunca poderá ser valorizada quando encaixada numa lógica irracional e puramente utilitarista. Uma pessoa é, inconfundivelmente, - em qualquer situação ou circunstância - sempre uma pessoa. Nunca se deve escolher uma vida em detrimento de outra. O princípio ético, filosófico e teológico: “o fim não justifica os meios”, permanece vital. As “ciências” se comportam hoje com a pretensão de conhecerem mais o homem do que o próprio Deus. As reações observadas são de desconsiderações a toda e qualquer defesa à dignidade do homem por parte de quem o acompanha a dois mil anos, no caso, a Igreja. Ela é – como diz Paulo VI – “perita em humanidade”. Esta expressão não é “chavão”, mas realidade que deve ser levada em consideração. A Igreja não segue um personagem da história passada, mas a Cristo. “As dores e as alegrias, as angústias e as esperanças do homem são as da Igreja”. Ela está no “Caminho do Cordeiro” (cf. Ap 14,4), segue-o inconfundivelmente. Marcada pela finitude porque também é constituída por homens mortais, não está a Igreja fora da infinitude porque ela é o Corpo de Cristo, Sacramento Universal da Salvação. “Somente Cristo revela ao homem verdadeiramente quem ele é” (cf. C. Vaticano II, GS 22). Jesus conhece o homem por dentro. Cristo é o vivente que caminha ao nosso lado. Assumiu as dores as chagas do homem. Amou-o quando ainda era pecador e rebelde. Portanto, podemos nos afligir com as dramáticas questões do homem moderno, mas jamais estaremos desorientados e confusos. Jamais voltaremos atrás na sua defesa e promoção da dignidade, felicidade e salvação.
Jesus conhece o homem por dentro. Ele é a referência e não nós, muito menos a pretensa cultura que banaliza o seu próprio fim. As genialidades do homem não podem continuar a se voltarem contra ele mesmo. A Ciência precisa ter a “consciência do indivíduo” no seu valor único e insubstituível, como fala santo Tomás de Aquino. É preciso que nos livremos da escravidão de um individualismo cruel, do agir e julgar sempre na condição do “para mim, ou do que eu acho...” E perguntamos: Será mesmo que somos a referência? O que significam os Mandamentos de Deus inscritos no coração do homem? Jesus não destruiu os mandamentos, mas condenou o legalismo. Como é necessário esclarecer as consciências das pessoas para que suas decisões sejam na luz de uma reta razão e daquela verdade natural fundamental: “faze o bem e evita o mal”. Quanta confusão nos nossos tempos porque existem pessoas manipulando as consciências dos outros e induzindo-as ao mal, ao assassinato do direito de exercerem o princípio inalienável da defesa da vida. Tão bem expressou Chiara Lubich, na sua recente “Palavra de Vida” (março / 2009): “A coisa mais absurda que você pode observar neste mundo é, de um lado, a presença de homens desorientados, sempre em busca de alguma coisa, os quais, nas inevitáveis provações da vida, sentem a angústia das privações, a necessidade de ajuda e a sensação de orfandade”.
Jesus conhecia o homem por dentro (Jo 2,25). Esta verdade parece mesmo chocar a atitude presunçosa de quem se ver no direito de matar e destruir a vida humana em nome da evolução e da modernidade. Razão evoluída e ações irracionais são o que vemos. No entanto, parece que falta em boa parte dos cristãos a autenticidade da fé, a coragem e o zelo pela vida, templo de Deus que não deve ser profanado em circunstância alguma. Conceda-nos, Senhor, a coragem de caminhar para o “Cristianismo dos Guetos”, se assim for tua permissão, mas que a coragem do profetismo tome o lugar da omissão e da cumplicidade com a barbárie vista e aplaudida pelos que se dizem teus seguidores, e que ainda recebe o nome de colaboradores do progresso. Conceda-nos, Senhor, a têmpera dos mártires para que a primeira corrupção a ser banida seja a da nossa consciência e do templo do nossos corações, lugar que escolheste para habitar.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - por Antonio Marcos , Missionário na Comunidade de Vida Shalom Comunidade Católica Shalom

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