Acesso ao Blog - 25/10/2009

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quinta-feira, outubro 27, 2011

A Europa entrou em uma era de descristianização. Irreversível?

Crise de fé é uma expressão otimista, no fundo. Parece a crise dos bancos. Algo que, com oportunas recapitalizações, pode ser posta nos eixos. Mas o fenômeno em curso no Velho Continente, casa e coluna do catolicismo, vai muito além. A Europa entrou em uma era de descristianização.

A primeira década de 2000 viu a afirmação de uma geração que, no seu conjunto, perdeu a memória viva, o vínculo real com o patrimônio cristão. Armando Matteo, assistente eclesiástico dos universitários católicos (Fuci), fala de “primeira geração incrédula” e não tem medo de afirmar que o cristianismo está se tornando estranho aos homens e às mulheres do nosso tempo.

As massas não devem se enganar com os grandes encontros ou as declarações de “pertencimento” ao cristianismo que se verificam nas pesquisas. É uma pertença sem crença. Meramente sociológica. Mas se a diferença entre identidade formal e fé substancial é típica de outras épocas, muitas vezes caracterizada por flutuações no curso da existência, o sinal da atual geração incrédula se revela (para a grande massa, sem se deter nas pequenas minorias motivadas) por meio de uma “surdez geral quando se fala de Deus, de fé, de oração, de comunidade”. Uma atitude que supera em muito a escassa participação na missa e nos sacramentos.
É uma perda sistêmica dos fundamentos culturais do cristianismo, dos ensinamentos, dos símbolos derivados do Antigo e do Novo Testamento. O fenômeno se manifesta ainda na infância, a partir do momento em que a família não exerce mais um lugar de transmissão primária da fé.
Foram removidos das suas raízes conceitos poderosos como eternidade, criação, providência, destino escatológico. Paraíso e inferno não são mais representáveis.
Darwin subverteu a imagem do Deus Criador. Auschwitz tornou impossível a ideia de que o mal, embora grande, possa ter uma função voltada para o bem. O próprio Bento XVI em seu livro-entrevista Luz do Mundo (Ed. Planeta), por exemplo, reconhece que hoje a ideia do sangue de Cristo como “resgate” dos pecados do homem corre o risco de não chegar mais aos contemporâneos. Por outro lado, da sua pregação contra o relativismo, surge a dificuldade de propor o conceito de verdade absoluta.
Declinados os conflitos ideológicos do século XX, quando ainda se contrapunham visões de mundo fortes, a novidade radical não consiste no aumento do ateísmo. Matteo defende com justiça que a nova geração não se coloca contra Deus e a Igreja, mas “está aprendendo a viver sem Deus e sem a Igreja”.
A presença de Deus não é mais um axioma individual e social. Acreditar em Deus é uma “possibilidade”.
Alessandro Castegnaro, que dirige o Observatório Sociorreligioso do Triveneto, não por acaso intitula uma recente pesquisa sua sobre o mundo juvenil de C’è campo? [Há espaço?]. O ponto de interrogação expressa a intermitência com que são captados os temas da espiritualidade, da religião, da Igreja.
As novas levas respeitam expoentes eclesiais individuais e apreciam a Igreja quando indica horizontes de valores. Mas a separação da instituição é enorme, e a individualização das escolhas é máxima.
Regras e crenças são submetidas a um mecanismo de seleção e de redução sobre os quais a Igreja não tem nenhum poder. Dogmas fundamentais – como a pessoa de Deus, a filiação divina de Cristo, a ressurreição, o além – assumiram uma fisionomia indeterminada.
Grande parte dos conceitos teológicos são percebidos como imagens velhas. A Igreja como um todo é percebida como antiquada. “Eles não acertam as contas com o que vivemos. Contam-nos uma história que não existe”, resume Castegnaro.

por Marco Politi, do jornal Saturno
Blog Carmadélio Silva
http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/27003-a-europa-entrou-em-uma-era-de-descristianizacao-irreversivel
 

terça-feira, outubro 25, 2011

Mensagem do Para pelo 98º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado



Boletim da Santa Sé



Mensagem do Santo Padre para o 98º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado



Queridos Irmãos e Irmãs!

Anunciar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, «constitui a missão essencial da Igreja, tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade actual tornam ainda mais urgentes» (Exort. apost. Evangelii nuntiandi, 14). Aliás, hoje, sentimos a urgência de promover, com novo vigor e novas modalidades, a obra de evangelização num mundo onde a queda das fronteiras e os novos processos de globalização deixaram as pessoas e os povos ainda mais próximos, tanto pela expansão dos meios de comunicação, como pela frequência e a facilidade com que indivíduos e grupos se podem deslocar. Nesta nova situação, devemos despertar em cada um de nós o entusiasmo e a coragem que impeliram as primeiras comunidades cristãs a ser intrépidas anunciadoras da novidade evangélica, fazendo ressoar no nosso coração as palavras de São Paulo: «Se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!» (1 Cor 9,16).
O tema, que escolhi para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado em 2012 – «Migrações e nova evangelização»–, nasce desta realidade. De fato, a hora presente chama a Igreja a realizar uma nova evangelização inclusive no vasto e complexo fenômeno da mobilidade humana, intensificando a acção missionária tanto nas regiões de primeiro anúncio, como nos países de tradição cristã.
O Beato João Paulo II convidava-nos a «alimentar-nos da Palavra para sermos "servos da Palavra" no trabalho da evangelização... [numa] situação que se vai tornando cada vez mais variada e difícil com a progressiva mistura de povos e culturas que caracteriza o novo contexto da globalização» (Carta apost. Novo millennio ineunte, 40). Com efeito, as migrações dentro ou para fora da nação, como solução para a busca de melhores condições de vida ou para fugir de eventuais perseguições, guerras, violência, fome e catástrofes naturais, produziram uma mistura de pessoas e de povos sem precedentes, com novas problemáticas do ponto de vista não só humano, mas também ético, religioso e espiritual. As atuais e palpáveis consequências da secularização, a aparição de novos movimentos sectários, uma difundida insensibilidade à fé cristã, uma acentuada tendência à fragmentação, tornam difícil focalizar uma referência unificadora que encoraje a formação de «uma só família de irmãos e irmãs em sociedades que se tornam cada vez mais multiétnicas e interculturais, onde também as pessoas de várias religiões são estimuladas ao diálogo, para que se possa encontrar uma serena e frutuosa convivência no respeito das legítimas diferenças», como eu escrevia na Mensagem do ano passado para este Dia Mundial. O nosso tempo está marcado por tentativas de cancelar Deus e a doutrina da Igreja do horizonte da vida, enquanto ganham terreno a dúvida, o cepticismo e a indiferença, que gostariam de eliminar todo e qualquer referimento social e simbólico da fé cristã.
Em tal contexto, sucede frequentemente que os migrantes que conheceram Cristo e O aceitaram se sintam impelidos a considerá-Lo como não relevante na própria vida, a perder o sentido da fé, a deixar de se reconhecerem como parte da Igreja, acabando muitas vezes por viverem uma existência que já não é caracterizada por Cristo e pelo seu Evangelho. Cresceram no seio de povos marcados pela fé cristã, mas depois com frequência emigram para países onde os cristãos são uma minoria ou a antiga tradição de fé já não é convicção pessoal, nem confissão comunitária, mas está reduzida a um fato cultural. Aqui a Igreja enfrenta o desafio de ajudar os migrantes a manterem firme a fé, mesmo quando falta o apoio cultural que existia no país de origem, lançando mão inclusive de novas estratégias pastorais, assim como de métodos e linguagens para um acolhimento vivo da Palavra de Deus. Em alguns casos, trata-se duma ocasião para proclamar que, em Jesus Cristo, a humanidade se torna participante do mistério de Deus e da sua vida de amor, abrindo-se a um horizonte de esperança e de paz através, nomeadamente, do diálogo respeitoso e do testemunho concreto da solidariedade, enquanto, noutros casos, há a possibilidade de despertar a consciência cristã adormecida, através dum renovado anúncio da Boa Nova e duma vida cristã mais coerente para fazer descobrir a beleza do encontro com Cristo, que chama o cristão à santidade em todo o lado, mesmo em terra estrangeira.
Mas o atual fenômeno migratório é também uma oportunidade providencial para o anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo. Homens e mulheres provenientes das mais diversas regiões da terra, que ainda não encontraram Jesus Cristo ou que O conhecem só de maneira parcial, pedem para ser acolhidos em países de antiga tradição cristã. Em relação a eles, é necessário encontrar modalidades adequadas para que possam encontrar e conhecer Jesus Cristo e experimentar o dom inestimável da salvação, que para todos é fonte de «vida em abundância» (cf. Jo10,10); os próprios migrantes desempenham um papel precioso a este respeito, porque podem, por sua vez, tornar-se «anunciadores da Palavra de Deus e testemunhas do Senhor Ressuscitado, esperança do mundo» (Exort. apost.Verbum Domini, 105).
No exigente itinerário da nova evangelização em âmbito migratório, assumem um papel decisivo os agentes pastorais – sacerdotes, religiosos e leigos – que se encontram a trabalhar num contexto cada vez mais pluralista: em comunhão com os seus Ordinários, inspirando-se no Magistério da Igreja, convido-os a procurar caminhos de partilha fraterna e anúncio respeitoso, superando contrastes e nacionalismos. Por sua vez, as Igrejas tanto de proveniência, como de trânsito e de acolhimento dos fluxos migratórios saibam intensificar a sua cooperação em benefício tanto dos que partem como daqueles que chegam e, em todo o caso, de quantos têm necessidade de encontrar no seu caminho o rosto misericordioso de Cristo no acolhimento do próximo. Para uma frutuosa pastoral de comunhão, poderá ser útil atualizar as tradicionais estruturas que atendem os migrantes e os refugiados, dotando-as de modelos que correspondam melhor às novas situações em que aparecem diferentes culturas e povos a interagir.
Os refugiados que pedem asilo, fugindo de perseguições, violências e situações que põem em perigo a sua vida, têm necessidade da nossa compreensão e acolhimento, do respeito pela sua dignidade humana e seus direitos, assim como da consciência dos seus deveres. O seu sofrimento reclama dos diversos Estados e da comunidade internacional que haja atitudes de mútuo acolhimento, superando temores e evitando formas de discriminação e que se procure tornar concreta a solidariedade também mediante adequadas estruturas de hospitalidade e programas de reinserção. Tudo isto exige uma ajuda recíproca entre as regiões que sofrem e aquelas que, anos após anos, acolhem um grande número de pessoas em fuga e também uma maior partilha de responsabilidades entre os Estados.
A imprensa e os outros meios de comunicação desempenham um papel importante para fazer conhecer, com imparcialidade, objetividade e honestidade, a situação de quantos foram forçados a deixar a sua pátria e os seus afetos e desejam começar a construir uma nova existência.
As comunidades cristãs reservem particular atenção aos trabalhadores migrantes e suas famílias, acompanhando-os com a oração, a solidariedade e a caridade cristã; valorizando aquilo que enriquece reciprocamente e promovendo novos projetos políticos, econômicos e sociais, que favoreçam o respeito pela dignidade de cada pessoa, a tutela da família, o acesso a uma habitação condigna, ao trabalho e à assistência.
Sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos, e sobretudo os jovens e as jovens, mostrem-se sensíveis e ajudem incontáveis irmãs e irmãos que, tendo fugido da violência, se devem confrontar com novos estilos de vida e com dificuldades de integração. O anúncio da salvação em Jesus Cristo será fonte de alívio, esperança e «alegria completa» (cf. Jo 15,11).
Por fim, desejo recordar a situação de numerosos estudantes vindos de outros países que enfrentam problemas de inserção, dificuldades burocráticas, aflições na busca de alojamento e de estruturas de acolhimento. De modo particular, as comunidades cristãs mostrem-se sensíveis com tantos jovens que, além do crescimento cultural, têm necessidade – precisamente devido à sua tenra idade – de pontos de referência, cultivando no seu coração uma profunda sede de verdade e o desejo de encontrar Deus. De modo especial, as Universidades de inspiração cristã sejam lugares de testemunho e de irradiação da nova evangelização, aparecendo seriamente comprometidas, no ambiente acadêmico, não só em cooperar para o progresso social, cultural e humano, mas também em promover o diálogo entre as culturas, valorizando a contribuição que podem dar os estudantes estrangeiros. Estes sentir-se-ão impelidos a tornar-se, eles mesmos, protagonistas da nova evangelização, se encontrarem testemunhas autênticas do Evangelho e modelos de vida cristã.
Queridos amigos, invoquemos a intercessão de «Nossa Senhora do Caminho», para que o anúncio jubiloso da salvação de Jesus Cristo infunda esperança no coração daqueles que se encontram, em condições de mobilidade, pelas estradas do mundo. A todos asseguro a minha oração e concedo a Bênção Apostólica.
Vaticano, 21 de Setembro de 2011.
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