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quarta-feira, setembro 28, 2011

Os anjos, entre devoção e mistificação

Entrevista com o padre Marcello Stanzione, especialista 
A devoção ao anjo da guarda parece não estar já entre as prioridades da formação dos católicos, e ao mesmo tempo emerge uma atenção doentia por anjos e demônios, suscitada por seitas e movimentos «new age». 

Para enfrentar este tema de grande atualidade, Zenit entrevistou o padre Marcello Stanzione, pároco da Abadia de Santa Maraa La Nova, em Campagna (Itália), grande especialista no tema, autor de numerosos ensaios e livros; o último, publicado em italiano, intitula-se «365 dias com os Anjos» («365 giorni con gli angeli», editora Gribaudi). 

Padre Marcello refundou em 2002 a associação católica Milícia de São Miguel Arcanjo, que organiza a cada ano uma reunião teológico-pastoral sobre os anjos. Acaba de ser celebrado, nos dias 1 e 2 de junho, a segunda edição dessa reunião, na Abadia de Santa Maria La Nova, com o tema «A volta dos anjos hoje, entre devoção e mistificação». 

–O que representam os anjos para a fé católica e por que hoje suscitam mais interesse entre outros grupos e movimentos religiosos que entre os cristãos? 

–Padre Marcello: Lamentavelmente, a catequese sobre a evangelização foi um pouco carente neste ponto do conhecimento do mundo dos anjos. Outros se aproveitaram do vazio que se criou. Na teologia, o que é central é a doutrina sobre Deus, sobre a Santíssima Trindade e sobre Jesus Cristo, mas os anjos não são realidades inúteis ou supérfluas, porque fazem parte da revelação de Deus. 

Os anjos são criaturas como nós, com uma diferença ontológica. Nós nascemos e morremos, os anjos não morrem e nos foram dados por Deus para fazer-nos companhia. Os anjos são um complemento importante na criação do corpo, são os melhores amigos dos seres humanos. Um teólogo escreveu que os anjos são servos de Deus e se fazem servos de quem se faz servo de Deus. 

Alguns sustentam que Jesus Cristo, sendo o único mediador, não tem necessidade dos anjos. Na realidade, nos Atos dos Apóstolos, não está só o Espírito Santo, mas a história da Igreja primitiva que revela o papel fundamental dos anjos. Podemos dizer que Jesus Cristo é o único mediador e os anjos colaboram na mediação de Jesus Cristo. A queda da atenção e veneração dos anjos, nos últimos cinqüenta anos, deve-se a uma certa secularização, influenciada por uma deriva protestante, que critica a veneração a Nossa Senhora, a veneração aos santos e a veneração aos anjos. Sobre a natureza e o papel dos anjos não se fez uma evangelização clara e há uma certa confusão, inclusive entre os católicos. 

Escrevi e publiquei vários textos de orações cristãs aos anjos para evitar que também os catequistas cressem ou usassem os textos ambíguos que circulam nas livrarias. Vários desses textos ambíguos são resenhados por revistas católicas sem fazer nenhuma observação crítica. São ensaios que se baseiam na astrologia, nos 365 graus do zodíaco e sustentam que a cada cinco graus há um anjo protetor, razão pela que quem nasceu nestes cinco graus tem esse anjo protetor. 

É uma espécie de magia branca. Conheci várias pessoas de Igreja que confundiam a devoção católica com estes ritos. Por outro lado, bastaria entrar em uma livraria para encontrar no setor esotérico uns 30 ou 40 títulos sobre os anjos. Isso indica a grande confusão que há. Há poucos autores católicos que escrevem textos ortodoxos sobre os anjos. 

–A intercessão dos anjos ante o Senhor passou desapercebida pelos católicos? 

–Padre Marcello: Existe este problema. Para algumas pessoas é cômodo usar os anjos para falsear a relação com Jesus Cristo e com as instituições eclesiásticas. Deste modo, se falseia também o ensinamento dos dez mandamentos e o da moral. É uma religião à la carte com os anjos, que servem para fazer a pessoa encontrar um namorado ou um lugar no estacionamento para o carro. Em resumo, faz-se um uso banal, um uso mágico. No entanto, o anjo tem uma grande dignidade; inclusive o anjo mais simples é muito mais inteligente e potente que o ser humano. É evidente a carência que se deu ao educar as novas gerações na devoção e na relação com os anjos. Desde há quinze anos me ocupo desta questão e, nesta obra de educação, sou apreciado e apoiado por meu bispo. 

–Os anjos são anteriores à criação do homem? O que acontece com Lúcifer? 

–Padre Marcello: Sobre o nascimento dos anjos existe um debate em curso, no sentido de que alguns sustentam que os anjos foram criados antes que os homens; e outros acham que foram criados contemporaneamente aos homens. 

Quanto a Lúcifer, é a prova de que Deus não impõe a fé e não quer ser amado pela força, senão que dá liberdade de escolha. 

É necessário precisar que não há dualismo, no sentido de que Lúcifer não é antagonista de Deus. Lúcifer é antagonista de Miguel porque Deus não se abaixa para combater Lúcifer, mas manda Miguel. 

–Qual é o objeto do congresso que organiza anualmente? 

–Padre Marcello: Cada ano, no começo de junho, fazemos uma reunião sobre os anjos. No ano passado aprofundamos na figura de São Miguel. Neste ano falamos dos anjos hoje, entre devoção e mistificação. O ano que vem aprofundaremos na relação entre os anjos e os santos. 

Deste modo, queremos encher uma lacuna e superar o preconceito pelo que a discussão sobre os anjos não se considera digna de debate teológico. Nós damos aos nossos congressos um enfoque teológico e sobretudo pastoral. 

–É plausível e cristão pensar que cada um de nós tem um anjo da guarda? 

–Padre Marcello: Quem não crê na existência do anjo da guarda se situa fora da doutrina da fé. Cada pessoa tem um anjo como um bom pastor, diz também o Catecismo da Igreja Católica. Não se pode dizer que se crê em Deus, no Espírito Santo, em Nossa Senhora, sem crer nos anjos. 

Nós vemos os anjos na história da Bíblia e na história da Igreja. Muitos santos tiveram contatos freqüentes com os anjos, experimentaram uma relação. Diversos místicos falam da relação com os anjos. 

–O que sugere, então? 

–Padre Marcello: Penso que os tempos estão maduros para que nas Faculdades teológicas se criem cursos sobre angelologia e demonologia. 

Fonte: ZENIT 

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