Acesso ao Blog - 25/10/2009

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sábado, janeiro 16, 2010

Como rezar ?


Diante do Sol que se põe, o fiel reconhece a Luz que não se apaga.

Márcio André Teixeira Barradas
Missionário da Comunidade Católica Shalom

“Se o pôr do Sol nos trouxe as trevas,

Outro Sol fulge, coruscante,

E envolve até os próprios anjos

Com o seu brilho radiante.”

(Hino das Vésperas da 2ª Semana da segunda-feira).

Quando iniciamos o nosso dia, a Igreja nos dispõe, por meio da Liturgia das Horas, a louvar a Deus através das Laudes, recordando e revivendo a experiência com o Ressuscitado, para a santificação de todo o nosso dia. Seguindo o curso do nosso dia, temos a Hora Média, que corresponde à oração das Nove, das Doze e das Quinze horas, rememorando respectivamente Pentecostes, a oferta de Cristo na cruz e a sua expiação e morte no madeiro.

Dando curso ao nosso dia, na forma que a Igreja nos dispõe para santificá-lo, unindo-se em oração, tomemos as Vésperas como a oração do fim do dia. Podemos, então, destacar três pontos principais:

1. A Ação de Graças

“A oração da tarde é celebrada quando anoitece, e o dia já declina, para agradecer o que nele temos recebido ou o bem que nele temos feito” . Assim, não é mera mudança de tempo, ou seja, do fim do dia e início da noite, mas para o cristão, as Vésperas representam a oração de ação de graças pelo trabalho realizado ao longo do dia, que inclui todo gesto que reflete uma prova concreta de amor a Deus e aos irmãos.

Dessa forma, ao término do dia, já quando inicia o anoitecer, a Igreja unida em oração, nos convida ao louvor pelos feitos de Deus em nossas vidas ao longo do dia, e pelas obras praticadas por força do nosso trabalho. Podemos, dessa maneira, entender que o nosso trabalho diário e o amor fraterno vivido nos momentos mais simples e corriqueiros, são ofertas agradáveis a Deus que, se apresentadas em oração, sobem a Deus como um sacrifício vespertino.

2. Memória da Redenção

“Isso pode também entender-se no sentido mais sagrado daquele verdadeiro sacrifício vespertino que nosso Senhor e Salvador entregou aos Apóstolos, enquanto ceavam juntos, ao instituir os sacrossantos mistérios da Igreja. Ou também daquele outro sacrifício vespertino, isto é, da plenitude dos tempos, pelo qual ele mesmo, no dia seguinte estendendo as mãos, se entregou ao Pai pela salvação do mundo inteiro” .

Assim, podemos nos unir ao sacrifício vespertino de Cristo, sempre que, ao final do dia, meditamos com a oração das Vésperas, seja apresentando a Deus o nosso dia, seja apresentando os esforços do nosso trabalho, ou ainda na súplica do perdão dos pecados cometidos ao longo do dia.

Podemos ainda relacionar as vésperas e o mistério pascal em uma oração que está ambientada na cena dos discípulos de Emaús, colocando os orantes num contexto pascal e eucarístico da tarde do dia da Ressurreição. Porém, as vésperas das sextas-feiras das quatro semanas expressam, com profunda inspiração bíblica, alusões claras à Paixão e Morte do Redentor.

3. A esperança da vida eterna

“E para que nossa esperança se focalize, afinal, naquela luz que não conhece o ocaso, oramos e pedimos para que a luz venha de novo a nós, rogamos pela vinda gloriosa de Cristo o qual nos trará a graça da luz eterna” (São Cipriano).

Além da dimensão do louvor nas Vésperas, no qual nos apresentamos diante de Deus por meio do sacrifício diário dos nossos esforços, seja do trabalho como também da luta contra o pecado, existe uma dimensão escatológica. Ora, as Vésperas têm como grande fruto também nos alimentarmos com a esperança na vinda definitiva do Reino de Deus, dando assim o sentido escatológico relacionado com a última vinda de Cristo, que nos trará a graça da luz eterna.

Estrutura das Vésperas

Hino

Nas Vésperas, os hinos próprios fazem refletir sob a luz que se desfaz ao poente, que representa as obras sem Deus que perecem, e a luz que prevalece que é o próprio Deus, que nos aponta para a verdadeira luz que devemos seguir e guiar as nossas vidas: “Ó luz, ó Deus Trindade, ó unidade, ó fonte: na luz do sol que morre, a vossa em nós desponte” .

Além da dicotomia luz-trevas, temos também descanso-cansaço, que o cansaço do dia de trabalho deve em nós encontrar o descanso não numa vida pervertida pelos prazeres da noite e da carne, mas com o profundo desejo de ser renovado na graça e verdade de Cristo: “Aos servos que vos louvam, cansados do labor, as trevas não envolvam, pedimos, ó Senhor. Assim, durante a noite, guardados pela graça, na luz da vossa luz, a treva se desfaça” .

Os hinos das Vésperas também observam a graça de clamar a Deus o perdão pelos pecados cometidos nesse dia. É o retornar para Deus, reconhecendo que Ele esteve presente ao longo do nosso dia, e que mais uma vez experimentamos a ação salvífica de Cristo: “Todas as culpas desse dia apague o Cristo bom e manso, e resplandeça o coração durante as horas de descanso” .

Salmos

Nos dois salmos das Vésperas do dia, podemos perceber alguns pontos centrais: a esperança em Deus ou do caráter lucernário, o agradecimento ou pedido de perdão, reflexões sapienciais ou com sentido escatológico. Tanto a graça de Deus quanto o pecado do homem estão em voga, fazendo refletir na luz que é precária e na luz que não perece jamais.

Por fim, a salmodia termina com um cântico do Novo Testamento, que é tipicamente de louvor e que se refere à obra de Deus Pai em Cristo.

Leitura Breve e Magnificat

A leitura breve é sempre um convite a meditar na Palavra sobre a esperança diante do findar do dia, refletindo sobre o que é o verdadeiro servo fiel e produtor de bons frutos, e refletindo com relação ao amor à Palavra e Vontade de Deus na vivência do dia que se transcorre.

Já o Magnificat é um cântico evangélico que exalta com louvor e ação de graças a obra Redentora de Deus. Por isso, devemos nos unir ao louvor mariano reconhecendo que em cada dia, em especial no hoje, Deus opera maravilhas por manifestar o seu amor generoso e cuidadoso nas nossas vidas.

Preces e oração final

As intercessões das Vésperas pedem pelas diversas intenções da humanidade, da Igreja, da nação e de todas as outras categorias de pessoas . A última intenção das Vésperas é sempre dedicada aos defuntos . Devemos entender que as nossas preces não se resumem ao nosso pedido pela nossa oração particular o do grupo que reza naquele instante, mas é com o mérito da Igreja do mundo inteiro que suplica, como esposa, ao Deus amoroso que é o nosso Esposo.

Por fim, a oração conclusiva encerra a oração das Vésperas, suplicando a santidade e a obediência a Deus. A nossa última oração é o pedido que dirigimos a Deus para conservar em nossos corações e em nossas vidas a santidade, para nós, em particular, e para todo o povo de Deus.



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por Marcio André Teixeira Barradas, Seminarista Shalom - Assessoria Litúrgico Sacramental
Comunidade Católica Shalom

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