Acesso ao Blog - 25/10/2009

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segunda-feira, outubro 04, 2010

São Francisco de Assis - 04 de Outubro

São Francisco, chamado o Seráfico, o grande Fundador de Ordens, nasceu em 1182, em Assis, na Itália.  
Pela vontade do pai, Francisco devia dedicar-se à carreira comercial. De gênio alegre e folgazão, sentia em si um forte pendor para os prazeres do mundo. A educação sólida que recebera, a profunda religiosidade fizeram-no evitar cuidadosamente as más companhias e desta maneira guardar a inocência. Dos pobres era sempre grande amigo, a ponto de ter formulado o propósito de nunca despachar um indigente, sem lhe dar uma esmola. Aconteceu certa vez, que um mendigo viesse pedir-lhe uma esmola, quando Francisco se achava muito ocupado. Não querendo ser interrompido nos afazeres, negou-lhe o auxílio. Grande porém, foi-lhe o arrependimento, quando se lembrou do propósito que fizera. Imediatamente largou o serviço, correu atrás do pobre e deu-lhe boa esmola. Nesta ocasião fez o voto de nunca negar auxílio a um pobre, que lhe pedisse. Deu-se um dia o caso de Francisco não ter consigo meios para dá-los a um mendigo. Resolutamente tirou o manto novo e trocou-o pelos farrapos do pobre. Dando um passeio a cavalo, aconteceu que um leproso lhe estendesse a mão, pedindo-lhe esmola. Francisco apeou e deu ao pobre uma moeda. Ao ver a mão do leproso, teve um arrepio de horror e nojo. Envergonhado desta fraqueza, tomou a mão do doente e beijou-a ternamente.
Pouco a pouco se formou em Francisco o desejo de desfazer-se de tudo que é do mundo, procurar a solidão e entregar-se à oração. De um lado sentia em si o impulso da graça — de outro lado o chamavam o mundo, a família, a sociedade. Longo tempo ficou Francisco na indecisão, sem saber por que caminho enveredar. Em férvidas orações pedia a Deus que o esclarecesse e guiasse. Finalmente, lhe pareceu mais acertado largar o mundo. O primeiro a quem comunicou esta resolução, foi o reitor da igreja de São Damião, ao qual pediu o aceitasse como companheiro. Este consentiu. Não assim o pai de Francisco que, tendo conhecimento da resolução do filho, protestou veementemente contra tal idéia; chegou a maltratá-lo fisicamente e obrigou-o, na presença do Bispo de Assis a renunciar a todos os bens. Francisco não só se prontificou a isto, mas tirou as vestes, entregou-as ao pai, dizendo: Até este dia vos chamei de pai. Agora, poderei dizer com toda razão: “Pai Nosso que estais nos céus, porque só nele pus a minha única esperança”.
Por diversas vezes ainda Deus mostrou a Francisco sua vontade relativamente à vocação, até que um dia, assistindo Francisco à santa Missa, ouviu estas palavras: “Não deveis possuir nem ouro, nem prata e não ter nas vossas cintas dinheiro como propriedade vossa, nem tão pouco bolsa para o caminho, nem calçado, nem bordão” (Mt 10,9-10). Conheceu claramente que esta era a regra, que Deus lhe dera para observar. Acabada a missa, deu aos pobres o dinheiro que ainda possuía, tirou os sapatos, vestiu-se de grosso hábito, cingiu-se de áspero cordão e tomou a resolução de viver em pobreza apostólica. Transformado assim em penitente público, procurou os centros da cidade, pregando por toda parte a necessidade da penitência. Tão eloqüente era seu apelo, que pecadores se converteram e outros se ofereceram para acompanhá-lo neste novo estado de vida.
O número destes companheiros cresceu inesperadamente. Quando eram doze, Francisco mandou-os para as aldeias e cidades, com a ordem de pregar penitência. Em vez de usar-lhes dinheiro para a viagem, recomendou-lhes a palavra do Salmista, que diz: “Entrega ao Senhor teus cuidados e ele te sustentará”. Deu-lhes também uma norma de vida por ele composta. Esta primeira regra após uma primeira recusa da Santa Sé, teve a aprovação de Inocêncio III, em 1209. Francisco e os seus companheiros fizeram votos solenes diante do Sumo Pontífice, o qual o nomeou Superior da nova Ordem.
É esta a origem da célebre Ordem Franciscana, hoje dividida em muitas famílias monásticas, as quais, todas animadas pelo espírito do Fundador, tanto bem fizeram e ainda fazem no mundo inteiro, trabalhando pela glória de Deus e a salvação das almas.
Obtida a aprovação da regra, Francisco voltou para Assis, onde fixou residência numa casa pobre e abandonada, próxima da igreja chamada Porciúncula. Lá morou Francisco muitos anos, entregue inteiramente a uma vida toda de Deus. Desta casa de Porciúncula enviava os companheiros como missionários da penitência e do desprezo do mundo. Recomendava-lhes o espírito de penitência, da mortificação e do desprezo do mundo e dizia-lhes: “Não vos incomodeis com o conceito dos homens, que vos desprezam como loucos e tolos. Pregai penitência em toda a simplicidade, confiando naquele que venceu o mundo pela humildade. É ele, é seu espírito que fala por vossa boca. Não troqueis o reino do céu por algumas vantagens temporais e não desprezeis a quem não vive como vós. Deus é Senhor deles, como vosso, e fácil lhe é chamá-los a si por outros caminhos”.
Os Beneditinos, a quem pertencia a igrejinha e o terreno adjacente, deram-nos a Francisco e aos companheiros, para a construção dum pequeno convento, e Francisco aceitou o presente com muita satisfação.
O maior cuidado do Santo era dar aos companheiros e discípulos uma sólida educação religiosa, como era necessário a homens que se destinavam a ser instru mentos na mão de Deus, para a salvação das almas. Em todas as virtudes lhes servia de exemplo o mais perfeito. A penitência, que a outros pregava e que queria que pelos seus fosse pregada teve em Francisco o principal representante. Raras vezes tomava comida cozida e, tomando-a, estragava-lhe o gosto, misturando com cinza ou água. Além dos 40 dias de jejum quaresmal, intercalava Francisco um outro jejum equivalente, que começava depois da Epifania . De jejum eram os dias entre as Festas de São Pedro e da Assunção de Nossa Senhora. As festas de São Miguel e de outros santos Anjos eram acompanhadas de jejuns quadragesimais. Servia-lhe de leito o chão, fazendo uma pedra ou toco as vezes dum travesseiro. O hábito era de fazenda grosseira. Todos os dias sujeitava o corpo à dura flagelação. A intenção em todas as mortificações era fazer penitência pelos pecados cometidos e precaver-se de faltas futuras, bem como para defender-se contra tentações impuras. Acometido uma vez de tentações fortíssimas contra a pureza, o santo homem revolveu-se na neve, a ponto de perder a sensibilidade.
A humildade de Francisco não era menor que seu espírito de penitência. Não tolerava palavra em seu louvor. 

“Não elogieis a ninguém, em quanto não se lhe souber o fim. Ninguém é nada mais e nada menos do que é aos olhos de Deus”.

Perguntado por um dos companheiros sobre o conceito que de si próprio fazia, respondeu: “Julgo não haver no mundo pecador mais indigno que eu”; e continuou: “Se Deus, em sua misericórdia tivesse dado ao homem mais perverso as graças que se dignou proporcionar a mim, não duvideis que este homem seria muito mais grato e piedoso que eu”. Foi ainda por humildade que se deteve da ordenação sacerdotal, porque se julgava indigno de ser sacerdote. Tratava os sacerdotes com todo o respeito e dizia: “Se ao mesmo tempo me encontrasse com um Anjo e um sacerdote, eu beijaria em primeiro lugar a mão deste e depois cumprimentaria o Anjo. Devo mais respeito àquele que segura nas mãos o Corpo santíssimo de Jesus Cristo”. Que dizer da pobreza que o santo homem observava e dos seus exigia que observassem? Do seu amor a Deus e ao próximo? Da sua devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, à Santíssima Virgem e a outros Santos? E das demais virtudes, cujos exemplos são tão numerosos, que se encheriam livros narrando-os?
Depois da conversão, Francisco renunciou a toda sorte de propriedade. Sentia prazer em não possuir coisa alguma e sofrer o sacrifício da pobreza.

“A pobreza — dizia — é o caminho da salvação, o fundamento da humildade, a raiz da perfeição. Produz frutos escondidos, mas que se multiplicam de mil maneiras”. A pobreza era sua senhora, rainha, mãe e esposa. A Deus pedia instantemente que fosse sua herança e privilégio.

Na oração, nos transportes de amor, não achava outra expressão, a não ser esta: “Meu Deus e meu tudo!” Conversando sobre Deus, refletia-se-lhe no semblante a mais pura alegria. O amor ao próximo impelia-o a servir aos doentes, a socorrer os necessitados, a consolar os aflitos. O desejo de converter os infiéis, de derramar o sangue por amor de Deus, levou-o a empreender a penosa viagem até à Síria e apresentar-se ao Sultão de Iconia, como pregador da penitência.
A devoção de Francisco à Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor foi tão extraordinária, que Deus quis recompensá-la com um milagre inaudito. Dois anos antes da morte, Francisco praticou, segundo o costume, o jejum quaresmal em preparação à festa de São Miguel, e para este fim se retirara ao Monte Alverne. No dia da exaltação da Santa Cruz, arrebatado em êxtase, viu que do céu descia um luminoso. Serafim. O Anjo tinha seis asas e Francisco reconheceu nele a figura de Nosso Senhor crucificado, com as cinco chagas. Ao mesmo tempo o santo homem sentiu no lado, nas mãos e nos pés chagas iguais, que distilavam umas gotas de sangue. Estes sinais lhe ficaram até a morte. Embora Francisco procurasse escondê-las cuidadosamente, não o conseguiu. Foram-lhe vistas no corpo, vivo e morto. Estas chagas causaram-lhe grandes dores, mas Francisco julgou-se venturoso em poder sofrer com o Salvador.
Dois anos depois desta visão Francisco caiu gravemente doente. Sentindo a morte aproximar-se, fez-se transportar para a igreja de Porciúncula onde, deitado sobre o chão, recebeu com muita devoção os santos Sacramentos, entregando logo depois a alma a Deus.
Antes de expirar, recomendou aos irmãos da Ordem a fiel observância da regra e dando-lhes a bênção, disse: “Ficai firmes no temor de Deus e nele perseverai! Bem-aventurados aqueles que perseverarem na obra começada. Vou para Deus e recomendo-vos à sua benevolência”.
Tendo assim falado, quis que lhe lessem os capítulos da Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, do Evangelho de São João. Terminada esta leitura, começou ele mesmo a recitação do Salmo 141, até as palavras: “Tirai a nossa alma do cárcere, para que eu louve o vosso nome. Os justos estão à minha espera, para que me deis a recompensa!” Foram-lhe estas as últimas expressões.
São Francisco morreu no ano de 1226, na idade de 45 anos. Muito antes tivera a revelação do perdão completo dos seus pecados. Em outra ocasião lhe foi assegurada sua eterna salvação. Embora estas revelações lhe servissem de grande consolo, nem por isso quis atenuar o rigor da penitência e deixar de chorar os pecados.

“Suposto que tivesse cometido o mais leve pecado e isto uma vez só, motivo teria de sobra de chorá-lo toda a minha vida”.
Muitos e grandes milagres fez São Francisco antes e depois da morte. O Papa Gregório IX canonizou-o em 16 de Julho de 1228.

O corpo de São Francisco repousa debaixo do altar-mor da catedral de Assis. Por uma permissão especial de Deus aconteceu que, durante seis séculos ficasse ignorado o jazigo das santas relíquias. Em 1818 foram encontradas e autenticamente reconhecidas.

REFLEXÕES

A Regra e o Testamento de São Francisco revelam uma sabedoria cujo conhecimento o nosso tempo parece ter perdido, tanto na vida pública como no seio da família: a sabedoria da humildade, da simplicidade, do desprendimento e da fé com Deus. Os homens do século XX muito pouco têm destas virtudes. São antes orgulhosos, egoístas, calculistas, covardes, cheios de respeito humano, julgando-se entretanto superiores em inteligência e saber. É este o motivo porque a vida religiosa no serviço de Deus não se eleva a um nível mais alto como a vemos no século de São Francisco e nos séculos subseqüentes. Forçosamente havemos de voltar à simplicidade de São Francisco e do seu tempo, para entrarmos no reino dos céus. Foi esta simplicidade, esta humildade, que deu a São Francisco e aos seus companheiros tanto poder sobre as almas, e grandes Santos à Igreja. Entregar-se inteiramente a Deus é o que o exemplo de São Francisco nos ensina. Significativo é o fato de São Francisco no leito da morte se ter lembrado de uma obra de caridade que fizera a um pobre leproso, obra de que lhe veio muito consolo e satisfação. Esse gesto de caridade foi decisivo para a vida do Santo. Foi a prova da sua vocação, de sua santidade, de sua grandeza. Francisco entregou-se a Deus. Foi sua felicidade. Como Deus respondeu a esta confiança? Francisco, que não chegou a ser sacerdote, diácono apenas, funda uma nova Ordem, Ordem sem semelhante na história, Ordem cuja atividade deixou traços indeléveis na história dos povos. Sua personalidade empolga todas as camadas da sociedade. Papas, Imperadores, Reis o procuram e lhe pedem conselho. O Soberano do mundo islamítico é seu admirador; o povo aclama-o; sua chegada a uma cidade, a um povoado é uma festa. Em triunfo é recebido pelo clero e pela população; crianças o festejam e lhe atiram pétalas de flores. Sente-se feliz quem consegue apanhar um olhar seu, ouvir uma palavra da sua boca e beijar seu humilde hábito. Realmente São Francisco era o consolo, a alegria da Itália, do seu século, do mundo inteiro.

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