Santa Hildegarda de BingenCASTEL GANDOLFO, 01 Set. 10 / 01:28 pm (ACI).- O Papa Bento XVI refletiu em sua habitual catequese da audiência geral das quartas-feiras sobre a religiosa Santa Hildegarda de Bingen, uma abadessa medieval que exerceu o ministério da autoridade com sabedoria e mostrou sempre uma obediência total à autoridade eclesiástica.
Santa Hildegarda de Bingen (1098-1179), conhecida como a "profetisa teutônica", era filha de uma família nobre e numerosa que a entregou ao serviço de Deus. Primeiro como religiosa, logo como abadessa e finalmente como mística, a santa sempre soube viver a humildade, obediência e autoridade.
"Este é o sinal de uma experiência autêntica do Espírito Santo, fonte de todo carisma: a pessoa depositária de dons sobrenaturais não se vangloria jamais; não os ostenta e sobre tudo demonstra uma obediência total à autoridade eclesiástica. Todo dom distribuído pelo Espírito Santo está destinado efetivamente à edificação da Igreja e a Igreja através de seus pastores reconhece sua autenticidade", explicou o Pontífice.
Depois de recordar a Carta Apostólica do João Paulo II "Mulieres dignitatem", publicada em 1988, o Papa assegurou que Santa Hildegarda foi uma das “figuras femininas que se destacaram pela santidade de sua vida e a riqueza de seus ensinos” na Idade Média. “Depois de receber uma adequada formação humana e cristã por parte da professora Jutta de Spanheim, Hildegarda entrou no monastério beneditino de São Disibodenberg, recebendo o véu do bispo Oto de Bamberg. Em 1136, foi escolhida superiora e realizou esta tarefa "servindo-se de seus dotes de mulher culta, espiritualmente elevada e capaz de enfrentar com competência os aspectos organizativos da vida claustral", assinalou.
O Papa recordou que pouco depois, devido às numerosas vocações, Hildegarda fundou outra comunidade em Bingen dedicada a São Ruperto, onde transcorreu o resto de sua vida. "O estilo com que exercia o ministério da autoridade é exemplar para toda comunidade religiosa, porque suscitava uma emulação santa na prática do bem", explicou.
A Santa começou a ditar suas visões místicas quando ainda era superiora do monastério de São Disibodenberg, ao seu conselheiro espiritual, o monge Volmar e a sua secretária, Richardis di Strade. "Como acontece sempre na vida dos verdadeiros místicos, Hildegarda também quis submeter-se à autoridade de pessoas sábias para discernir a origem de suas visões, temendo que estas fossem fruto de ilusões e não procedessem de Deus".
Com este propósito falou com São Bernardo de Claraval, quem a tranqüilizou e respirou. Além disso, em 1147 recebeu a crucial aprovação do Papa Eugênio III, que no sínodo de Treveris leu um texto de Hildegarda que o Arcebispo de Maguncia havia apresentado a ele.
"O Papa autorizou a mística a escrever suas visões e a falar em público. Desde aquele momento o prestígio espiritual de Hildegarda cresceu cada vez mais, até o ponto de que seus contemporâneos lhe atribuíram o título de "profetisa teutônica", comentou Bento XVI.
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