Acesso ao Blog - 25/10/2009

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domingo, setembro 26, 2010

Obediência e Autoridade



A obediência a Deus é a obediência que podemos realizar sempre. Obedecer a ordens e autoridades visíveis dá-se apenas em ocasiões, três ou quatro vezes em toda a vida (falo, entende-se, das de certa seriedade); contudo obedecer a Deus é algo que se dá muito com freqüência. Quanto mais se obedece, mais se multiplicam as ordens de Deus, porque Ele sabe que este é o dom mais belo que pode dar, o que concedeu a seu Filho predileto, Jesus.

Quando Deus encontra uma alma decidida a obedecer, então toma sua vida nas suas mãos, como se toma o timão de uma embarcação, ou como se tomam as rédeas de um carro. Ele se converte em verdadeiro, e não só em teoria, em «Senhor», em quem «rege», quem «governa» determinando, pode-se dizer, momento a momento, os gestos, as palavras dessa pessoa, seu modo de utilizar o tempo, tudo.

Esta «direção espiritual» exerce-se por meio das «boas inspirações» e com mais freqüência ainda nas palavras de Deus da Bíblia. Lês ou escutas passagens da Escritura e eis aqui uma frase, uma palavra, ilumina-se. Sentes que te interpela, que te indica o que há que fazer. Aqui se decide se obedece a Deus ou não. O Servo de Javé diz de si em Isaías: «Manhã após manhã desperta meu ouvido para escutar como discípulo» (Isaías 50, 4). Também nós, a cada manhã, na Liturgia das Horas ou da Missa, deveríamos estar com o ouvido atento. Nela há quase sempre uma palavra que Deus dirige-nos pessoalmente e o Espírito não deixa de atuar para que se reconheça entre todas.

Mencionei que a obediência a Deus é algo que se pode fazer sempre. Devo acrescentar que é também a obediência que podemos fazer todos, tanto súditos como superiores. Costuma-se dizer que há que saber obedecer para poder mandar. Não se trata só de uma afirmação empírica; existe uma profunda razão teológica em sua base, se por obediência entendemos a obediência a Deus.

Quando vem uma ordem de um superior que se esforça por viver na vontade de Deus, que orou antes e não tem interesses pessoais que defender, mas só o bem do irmão, então a própria autoridade de Deus faz de suporte de tal ordem ou decisão. Se surge protesto, Deus diz a seu representante o que disse um dia a Jeremias: «Veja que hoje te converti em uma cidade fortificada, como uma coluna de ferro (...). Lutarão contra ti, mas não poderão contigo, pois contigo eu estou» (Jeremias 1, 18 s).

Um ilustre exegeta inglês dá uma interpretação iluminadora do episódio evangélico do centurião: «Eu --diz o centurião-- sou um homem submetido a uma autoridade, e tenho soldados a minhas ordens, e digo a um: “Vá”, e vai; e a outro: ‘Vem’, e vem; e a meu servo: ‘Faz isto’, e o faz» (Lucas 7, 8). Pelo fato de estar submetido, isto é, obediente, a seus superiores e em definitivo ao imperador, o centurião pode dar ordens que têm detrás a autoridade do imperador; é obedecido por seus soldados porque, por sua vez, obedece e está submetido a seu superior.

Assim --considera-- ocorre com Jesus com respeito a Deus. Dado que Ele está em comunhão com Deus e obedece a Deus, tem detrás de si a autoridade divina própria de Deus e por isso pode mandar seu servo que cure, e curará, pode mandar a enfermidade que o abandone, e o abandonará [5].

É a força e a simplicidade deste argumento o que arranca a admiração de Jesus e faz dizer que não encontrou jamais tanta fé em Israel. Entendeu que a autoridade de Jesus e seus milagres derivam de sua perfeita obediência ao Pai, como o próprio Jesus explica no Evangelho de João: «O que me enviou está comigo: não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada» (João 8, 29).

A obediência a Deus acrescenta à potestade a autoridade, ou seja, um poder real e eficaz, não só nominal ou de cargo; por assim dizer, ontológico, não só jurídico. Santo Inácio de Antioquia dava este maravilhoso conselho a um colega seu de episcopado: «Nada se faça sem teu consentimento, mas tu não faças nada sem o consentimento de Deus» [6].

Isso não significa atenuar a importância da instituição o do cargo, ou fazer depender a obediência do súdito só do grau de potestade espiritual ou de autoridade do superior, o que será manifestamente o fim de toda obediência. Significa só que quem exerce a autoridade, deve apoiar-se o menos possível, ou só em última instância, no título ou no cargo que desempenha, e o mais possível na união de sua vontade com a de Deus, ou seja, em sua obediência; o súdito ao contrário não deve julgar ou pretender saber se a decisão do superior é ou não conforme a vontade de Deus. Deve presumir que o é, a menos que se trate de uma ordem manifestamente contra a consciência, como ocorre às vezes no âmbito político, sob regimes totalitários.

Sucede como no mandamento do amor. O primeiro mandamento é o «primeiro», porque a fonte de tudo é o amor de Deus; mas o critério para julgar é o segundo mandamento: «Quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1 João 4, 20). O mesmo se deve dizer da obediência: se não obedeces aos representantes visíveis de Deus na terra, como podeis dizer que obedeces a Deus que está no céu?

Fonte: Site Frei Raniero, ofmcap

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