Acesso ao Blog - 25/10/2009

Diaconia Geral

Minha foto
Aquiraz, CEARÁ, Brazil
Difundir o Carisma através da implantação de grupos que sejam uma presença da obra Shalom em uma Diocese. http://assessoriadedifusaodaobra.blogspot.com/

ACESSE : Portal Shalom de Cara Nova

domingo, julho 10, 2011

O Senhor nos deu um Carisma autêntico

Shalom Maná: Como aconteceu a sua primeira experiência com Jesus?

Maria Emmir: A fé foi sempre uma presença forte em minha família e em minha educação. Sou imensamente grata a meus pais, tios e avós pelo dom da fé vivida. A experiência com Jesus Ressuscitado, entretanto, deu-se em duas etapas: a primeira, no Cursilho de Cristandade, no segundo semestre de 1976 e a segunda, decisiva, no Seminário de Vida no Espírito Santo no primeiro semestre de 1977.



Shalom Maná: Em que aspectos a sua experiência familiar favoreceu o seu encontro com Deus?

Maria Emmir: Na família de meus pais, como disse, a fé e a prática da religião católica sempre foi um aspecto importantíssimo em minha educação. Além disso, sempre estudei em escolas e faculdade católicas, até vir para Fortaleza. Quanto à minha família, foi o Sérgio, meu marido, o primeiro a ir ao Cursilho e me “puxar” para fazer, também, meu encontro. Embora tenha sempre tido fé, quis a providência divina que eu viesse encontrar Jesus Vivo e a vocação em Fortaleza. Mistérios de Deus.



Shalom Maná: Como você descobriu a sua vocação Shalom?

Maria Emmir: Como você sabe, não se chamava de “vocação” o que vivemos no começo. Para mim, o encontro com o que hoje chamamos de “vocação” foi o encontro com o Moysés. Ao ouvi-lo conversar, pregar, evangelizar, eu encontrava algo que parecia sempre ter buscado. Hoje chamamos isso de “vocação Shalom”.



Shalom Maná: O que significa ser co-fundadora?

Maria Emmir: É muito difícil responder a esta pergunta, pois se trata de algo que se é e não de algo que se faz. Um carisma específico dado gratuita e livremente por Deus. Por um lado, a gente fica pasma diante da escolha inexplicável de Deus e sua “loucura” de nos confiar algo tão maior que nós. Por outro lado, esta perplexidade se torna ainda mais profunda porque não se sabe direito o que é, afinal, um co-fundador, pois cada fundador e cada co-fundador têm características individuais e únicas, uma vez que o carisma que lhe foi dado faz parte de sua identidade pessoal. Finalmente, diante da responsabilidade que se sabe ter, mas que não se conhece bem, vem o temor e tremor ao se olhar para a própria fraqueza e a grandeza do Carisma. Só nos resta confiar na infinita misericórdia de Deus. Para responder a sua pergunta, poderia dizer que ser co-fundador é viver em um estado de perplexidade, gratidão, responsabilidade, louvor, constrangimento e desejo de dar-se sempre mais a Deus, aos irmãos, à Igreja, ao Carisma.



Shalom Maná: Qual a diferença dos desafios do início da Comunidade com os atuais?

Maria Emmir: Como o Moysés diz na Carta à Comunidade, os desafios como que se repetem com nuances características da época. Hoje, com o Reconhecimento Pontifício, temos mais segurança interna e externa de que se trata de uma Obra de Deus e isso nos faz crescer em confiança, tranqüilidade e responsabilidade. Como afirma o Moysés, não há nada nem ninguém capaz de destruir uma autêntica Obra de Deus.



Shalom Maná: O Moysés sempre constatou que a Obra era maior do que nós. Qual a sua reação diante desta realidade?

Maria Emmir: Confirmo! Confirmo! Confirmo! É belo, muito belo mesmo, contemplar o que Deus faz apesar de nós. Faz muito bem constatar o quanto não somos nós os autores de nada que se refere à Obra e ao Carisma. Dá grande segurança saber que tudo é de Deus e tudo vem Dele.



Shalom Maná: Como mãe espiritual da Comunidade qual a sua maior alegria e a maior dor?

Maria Emmir: Maior alegria: ver a comunidade crescer em santidade e em número. Maior dor: ver um irmão querido partir.



Shalom Maná: Com o crescimento e a abertura das primeiras missões como foi sua experiência nesta questão?

Maria Emmir: A abertura da primeira missão foi, para mim, uma experiência única, pois em uma oração recente havíamos recebido de Deus, através de Maria, uma ordem: “Quebrem os muros. Saiam! É hora de sair!” Já na primeira missão internacional, tive um grande consolo ao ver o profetismo do Moysés que, já em 1983 afirmava: “A Vocação Shalom é universal. É para o mundo!”
A nível de formação, a primeira missão me trouxe um tempo de ansiedade quanto a manter a unidade da formação e, portanto, ao redor do Carisma, então com apenas 10 anos de expressão. Com o tempo, Deus nos foi dando graça, sabedoria, recursos técnicos e sobretudo a fidelidade dos irmãos missionários que nos garantiram esta unidade.



Shalom Maná: Qual a importância da formação na vocação Shalom? Qual a sua ação?

Maria Emmir: Como em toda vocação, a principal missão da formação é ajudar os irmãos a viver o Carisma o mais perfeitamente possível, mantendo a unidade e a fidelidade fundamentadas nele. Toda formação supõe, portanto, além do conteúdo o pastoreio adequado. A formação tem que agir sempre com dois braços: o do conteúdo e o do pastoreio pessoal de cada irmão e da vida comunitária como um todo, a fim de que o conteúdo se transforme em vivência. Conteúdo sem pastoreio não seria formação, seria informação. Pastoreio sem conteúdo correria o risco de ser arbitrariedade.



Shalom Maná: Ainda em relação à Formação, o que você espera de seus filhos e filhas?

Maria Emmir: Que a formação os ajude a ser mais santos e fiéis ao Carisma, lembrados de que sem sua cooperação ativa para a formação nem o Espírito nem nós podemos fazer nada.



Shalom Maná: Você poderia contar alguns detalhes de seus encontros com os Papas João Paulo II e Bento XVI?

Maria Emmir: Encontrei-me com ambos apenas em audiências públicas ou para um grupo particular. Com João Paulo II, estive em 1981, com um grupo da RCC de todo o Brasil, nos jardins do Vaticano, gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Foi um momento muito especial onde, pela primeira vez, tivemos “a coragem” de orar em línguas diante de um papa. Outro dia recebi do Robério, coordenador da RCC do Ceará, um vídeo que mostrava a reação do Santo Padre diante de nossa oração. Dá gosto ver.
Depois desta ocasião, estivemos com ele em audiência privada para a Fraternidade Internacional de Comunidades, duas vezes na Aula Paulo VI, uma vez praticamente por acaso na Basílica de São Pedro e no inesquecível Pentecostes de 98, no qual Moysés e eu fomos convidados para o Sagrado, juntamente com outros fundadores presentes. Para surpresa nossa, foi lido, em italiano, um resumo da história da Comunidade Shalom. Quase caímos para trás quando nosso pobre italiano permitiu que tivéssemos certeza de que estavam realmente falando de nós. Pela primeira vez o Moysés participou da cerimônia como fundador, lendo uma das orações. Também pela primeira vez um papa utilizou as palavras “fundador” e “discípulos” com relação às novas comunidades, reconhecendo, desta forma, que elas traziam um carisma original.
Como João Paulo II é presente mesmo após sua páscoa, é preciso dizer que ter participado dos seus funerais e ter podido parar e rezar bem próximo ao seu esquife foram momentos de grande graça.
Com Bento XVI, já como papa, tive três experiências marcantes: sua eleição, absolutamente inesquecível, uma experiência de Igreja que imprime um fogo na alma. Antes de ele ser papa, já nos havíamos encontrado três vezes e ele sempre me havia marcado por sua memória extraordinária, por sua afabilidade e sua fidelidade à fé e à sã doutrina. Foi uma grande alegria vê-lo eleito.

Nosso segundo encontro foi em Pentecostes de 2006, quando também estávamos no Sagrado com outros fundadores e ele nos fez uma catequese extraordinária sobre o Espírito Santo. Nosso terceiro encontro, certamente o mais marcante, foi por ocasião do Reconhecimento Pontifício, durante o qual, enquanto o Moysés falava e o Pe. João Wilkes segurava o ícone, eu “agarrava” a sua mão e sorria para ele. O único sentimento que me vinha ao coração expressar pelo aperto de sua mão, naquela confusão de emoções, era: “Obrigada! Muito obrigada!” e algo como “Sei que não nos abandonará. Obrigada!” Ao ver as fotos, vi que era bem isso que meu rosto e minhas mãos expressavam. Sem que tivesse previsto, fiquei, sem dúvida, com a melhor parte e agradeço a Deus por isso.

Vejo que como pessoa e como comunidade precisamos nos aprofundar tanto na riqueza da imensa e vasta herança do magistério de João Paulo II quanto nas palavras precisas, lúcidas e realistas de Bento XVI. Aprofundar o magistério através de ambos é caminho seguro para viver a comunhão com a Igreja e a santidade no mundo de hoje.



Shalom Maná: O que você experimentou ao receber das mãos do Mons. Rylko o documento do Reconhecimento Canônico da Comunidade Shalom?

Maria Emmir: Naquele momento a história da comunidade passou como um filme de poucos segundos. O que experimentei? Gratidão. Perplexidade diante da misericórdia de Deus. Compromisso. Amor. Desejo de dar a vida toda, sempre mais. Amor à Igreja. Alegria. Vontade de que todos os irmãos da comunidade estivessem ali conosco.



Shalom Maná: Como você vê o futuro da Comunidade Shalom?

Maria Emmir: Isso é algo que Deus nunca me mostrou. O Carisma é tão rico e a vocação tão abrangente e maior que todos nós que, com a mais absoluta certeza, nem o “agora” se consegue enxergar, quanto mais o futuro. De vez em quando, porém, me vem à imaginação a comunidade no céu e, conosco, todos os que foram atingidos por nossa evangelização. Esse é, no fundo, o futuro que sonho.
Agora, se você quer saber que futuro “desejo” para a comunidade, não há outra coisa a desejar senão o que o próprio fundador expressou em entrevista à Shalom-Maná: fidelidade ao Carisma, fervor sempre renovado, um grande número de jovens, juventude espiritual por parte dos seus membros, amor à Igreja, colaboração na missão universal da Igreja.



Shalom Maná: Como você descobriu seu talento para escrever os artigos, livros, músicas peças teatrais, etc.?

Maria Emmir: Comecei a escrever a pedido do Moysés. Ele pediu que fizéssemos uma série de estudos bíblicos unificados para a comunidade. Estava preocupado com o fato de não termos uma orientação única para este aspecto tão importante de nossa vocação. Surgiu, então, o “Enchei-vos!”, até hoje o livro mais vendido da Comunidade. Algum tempo depois, pediu-me que escrevesse um seminário de vida “disfarçado” para ser feito individualmente por pessoas que não freqüentariam um seminário de vida convencional. Nasceu, então, o “A Promessa”.

Também as peças teatrais vieram através de um pedido do Moysés. A primeira, “O Coração do Homem” para os 10 anos do Shalom que, segundo sua orientação, deveria ser um mega-show kerigmático, com música, teatro e dança, uma verdadeira loucura para nossas possibilidades naquela época. Depois dela, veio uma pequena peça-surpresa para o aniversário dele, chamada “Amigos no Céu”, manuscrita, feita sentada na cama, a partir das dez e meia da noite, quando as crianças estavam, já, dormindo. Foi a origem das músicas “Obra Nova” e “Quem Enviarei”. A terceira, também a pedido dele, foi “O Pastor Ferido”. Eu passava por um período dificílimo em minha vida e me retirei a uma casa de praia por uns dias. Um belo dia, ele chegou com um computador tipo PC pedindo que eu traduzisse o livro do mesmo nome, do Pe. Daniel Ange e fizesse um musical baseado nele. Nem acreditei que ele tinha a coragem de me pedir aquilo no estado em que me encontrava, mas aquiesci. No fundo, sabia que ele queria me ajudar. Foi também a pedido dele que ajudamos o Wilde Fábio a fazer o roteiro do show “Resposta”, para o jubileu.

Quanto às músicas, elas sempre vieram ligadas às peças e shows ou encomendadas pelo Moysés e Nicodemos para as missas dos dez e quinze anos da comunidade.



Shalom Maná: Todo autor tem suas preferências. Você poderia revelar entre os de sua autoria, qual o livro, música e peça preferida?

Maria Emmir: Livro: “Filho de Deus, Menino Meu”. Música: “Colhi o Trigo da Vida”. Peça: uma que ainda vou escrever, se Deus me der a graça.



Shalom Maná: Das inúmeras graças recebidas, você poderia destacar alguma(s) do tempo do jubileu?

Maria Emmir: Sem dúvida, a garantia da Igreja de que o Senhor nos deu um Carisma autêntico, caminho seguro de santificação.



Shalom Maná: O que você diria a um filho (a)?

Maria Emmir: Pensaria, como o Pai: “Eis o meu filho muito amado, em quem encontro minha alegria.” Depois lhe diria em voz alta: “Coragem!” E lhe daria um tapinha no rosto, que diz mais que mil palavras.


- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
por ,Revista Shalom Maná - Ed. Shalom -

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

FORMAÇÃO SHALOM

Diversos Blogspot

Blogs de Grupos da Difusão do Carisma Shalom